25 janeiro 2010

Se o AlGore sabe disto

Já percebi qual é a principal razão para o aquecimento global: a minha geração é responsável por grande parte das emissões de CO2, visto que é comum ouvi-la dizer "'Tou-ma cagar.".

TA

23 janeiro 2010

O TED às vezes deixa-me mal




Este gajo conseguiu dizer tanta merda em 18min que nem sei por onde hei-de começar.
Vou só comentar o mais escandaloso. O senhor diz que os edifícios não devem ser simples, visto que o pensamento, como acto, não é simples... portanto, uma vez que o pensamento não é simples o resultado formal também não o deve ser. É claro que este senhor não percebe que a simplicidade formal implica um pensamento conceptual super complexo. A desconstrução de elementos, ao mínimo e necessário, tem por detrás um pensamento altamente complexo mas, no entanto, bastante concreto e simples.


Não me admira que o Museu de Toronto desenhado por este senhor tenha sido eleito o "Pior Edifício da Década" pelo Washington Post.

TA

21 janeiro 2010

Leigo e Descomprometido

De um leigo e descomprometido para as interwebs, é assim que se deve ler este texto (se é que alguém lê isto para além de mim).


Ainda agora, numa visita pelo fantástico site TED - ideas worth spreading, vi um video da comediante / filosofa Emily Levine em que esta fala da sua maneira bastante particular de ver o mundo. Ela espera encontrar e ver contradições em tudo o que é assunto, através de uma análise racional bastante própria, como comediante.
Diz ela, a dada altura, que se sente bem a falar sobre assuntos que não conhece ou sobre os quais não sabe quase nada, porque grande parte das vezes introduz um assunto novo à discussão, bastando para isso procurar uma contradição. Em parte relaciono-me com ela; também adoro falar sobre o que não sei. A minha capacidade para encontrar contradições é que já não é das melhores... Mas este texto não é sobre isso.

O que me chamou mais a atenção no vídeo da Sr. Levine - em parte porque já tinha pensado nisso mas sem conseguir articular muito bem o pensamento - foi quando esta abordou o problema da linguagem própria de uma "classe profissional" (economistas, cientistas, médicos, artistas, arquitectos) perante essa "classe social" e o resto do mundo. Achei isto fascinante porque me ando a debater com esta questão há uns tempos, sem nunca ter conseguido perceber onde estava o cerne da questão, e finalmente acho que com a ajuda desta senhora organizei parte desta confusão de massa cinzenta.

Desde que entrei para o curso de arquitectura tenho usado as palavras "espaço", "relação", "conceito" com mais frequência do que digo "bom dia" ou "boa tarde". No inicio, ao ouvir estas palavras, apesar de conhecer o seu significado e saber utilizá-las num contexto mais descontraído e quotidiano, demorei até perceber o seu significado no contexto da arquitectura. Ainda hoje me debato com isso. Uso palavras que sempre usei num contexto diferente, e isso subverte o significado que lhes dei, ou que fui ensinado a dar à priori. Talvez passe por aqui parte do ensino, não sei.

Acontece que este fenómeno é transversal a varias classes profissionais e sociais. A conclusão não é nova - o que o é afinal ? - e isto já tinha percebido, muito graças a outro comediante, George Carlin (com este e este exemplos, entre outros).

Acontece que, se analisarmos bem a questão, percebemos que essa manipulação do uso da linguagem vai além do simples uso das palavras.
A exportação de uma palavra para um determinado contexto (o da arquitectura por exemplo) obriga a que, imediatamente, a palavra perca o seu significado intrínseco e passe a adoptar o significado da situação. Ou seja, a palavra deixa de ser um conceito entendido por todos para ser um conceito entendido apenas por alguns, desde que também a usem dentro daquele contexto.
A questão passa a ser fascinante quando, o problema deixa de ser um problema de contextualização - aliás todos conhecemos o velho ditado que diz: "a língua portuguesa é traiçoeira" e certamente grande parte terá ouvido uma ou outra música do Quim Barreiros - e passa a ser uma questão de atitude perante um determinado problema.

A utilização de uma linguagem própria por uma classe não vem sozinha, traz consigo ideologias e maneiras de analisar o mundo. Acontece que o mundo é feito de diversidade e essa diversidade transporta consigo esta questão da linguagem elevada ao expoente máximo. O problema com a diversidade é não assumir que essa diversidade existe, ou querer que a diversidade não exista.
Outro problema é pensar que este uso da linguagem não fecha a sociedade em grupos, quando o faz.
Farto estou eu de ver noticiários, documentário e afins e não perceber determinada situação apenas porque a linguagem é adaptada a uma classe da qual eu não faço parte. É frustrante ouvir um discurso e, não por falta de inteligência (modéstia à parte), não perceber o que foi dito. E mais frustrante ainda é quando esse discurso é feito e quem o faz sabe que está a usar a linguagem, algo que é facilmente reconhecido por todos, como arma para se defender de algo... Estou a falar da maneira "genial" como a publicidade, politica, etc. usam a linguagem para afastar tudo aquilo que não lhes interessa: o entendimento da grande maioria da população mundial. Aqui é quando a questão cheira mesmo mal.


Portanto, para que haja uma boa discussão e até mesmo entendimento entre esses grupos sociais e profissionais, o primeiro passo será reconhecer que existem diversas maneiras de utilizar a linguagem e o segundo é tentar adaptar essa linguagem a uma linguagem que possa ser usada num panorama mais universal.
Tudo isto para uma melhor discussão de ideias, ou até mesmo para achar contradições entre as várias classes (ei, também fiz um back flip !).

TA